Vítimas
de abuso sexual pelo clero pediram ao
Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia,
para processar o papa Bento XVI
e outras altas autoridades do Vaticano
por crimes contra a humanidade.
Uma rede internacional
de vítimas acusa o pontífice e três cardeais
de cumplicidade em estupros
e violência sexual em larga escala
por parte de padres contra menores.
Além do Papa, são acusados
Angelo Sodano,
reitor do Colégio dos Cardeais
Tarcissio Bertone,
atual secretário de Estado,
que antes trabalhava na
Congregação para a Doutrina da Fé (CDF),
organização que geria os casos de abuso sexual;
e William Lavada,
chefe da CDF.
“Estes homens agem sem impunidade
e sem terem de prestar contas a ninguém.
As figuras do Vaticano acusadas neste caso
são responsáveis pela tortura física e psicológica
de vítimas por todo o mundo,
tanto pela responsabilidade na linha de comando,
como por encobrirem diretamente crimes.
Devem ser levados a julgamento
como quaisquer outros detentores de poder
que praticaram crimes contra a humanidade”
*
Uma associação americana
de vítimas de padres pedófilos
anunciou nesta terça-feira (13)
ter apresentado uma queixa
ante o TPI (Tribunal Penal Internacional)
contra o papa Bento 16
e outros dirigentes da Igreja Católica
por crimes contra a humanidade.
Os dirigentes da associação Snap,
orientados pelos advogados da ONG
(organização não governamental)
americana Centro para Direitos Constitucionais,
entraram com uma ação
para que o papa seja julgado
por "responsabilidade direta
e superior por crimes contra a humanidade
por estupro e outras violências sexuais
cometidas em todo o mundo".
À queixa acrescentaram 10 mil páginas
de documentação de casos de pedofilia.
A Snap possui membros nos Estados Unidos,
Alemanha, Holanda e Bélgica,
quatro países muito afetados
pelo grande escândalo de pedofilia
que envolve a Igreja.
"Crimes
contra a dezenas de milhares de vítimas,
a maioria crianças,
foram escondidos
pelos líderes nos mais altos níveis do Vaticano.
Neste caso,
todos os caminhos levam a Roma",
declarou a advogada Pamela Spees.
Os bispos e,
em alguns casos,
o próprio Vaticano rejeitou
ou ignorou muitas das queixas
das vítimas de padres pedófilos.
O escândalo desacreditou a Igreja
em vários países na Europa
*